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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

ENTRAI!... [ Eu sou a porta ]






Cap 19 - A Porta Estreita - Parte 5


ENTRAI


Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.

João 10:7-9
Jesus Cristo


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Se nós precisamos desconectar os pontos de dificuldade que nos prendem à retaguarda, objetivando a abertura das comportas que nos projetem para o futuro, fica evidente que enquanto não tivermos a chave do reino dos céus a gente não consegue ter a chave do inferno. Ou seja, essas chaves da morte e do inferno precisam estar associadas com as chaves do céu.

Esse é um detalhe importante, e quando a gente pega essas chaves, quando as temos nas mãos é uma tranquilidade grande.

O mestre diz: “Entrai,... eu sou a porta, se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.” Deu para perceber o grande segredo? O texto em questão principia-se com um imperativo apontado por Jesus: Entrai!

E o sofrimento nosso de certa forma é mantido enquanto insistimos em nos manter na inversão dos verbos. Ou seja, por determinados dispositivos religiosos periféricos nós ficamos muito envolvidos no sair.

Queremos sair das dificuldades, ficamos ansiosos em sair, mas não se sai dessa morte e desse inferno sem entrar em algum lugar. Como não existe vácuo em todo o universo ninguém sai de algum lugar sem entrar em outro lugar.

O essencial é entrar.

O grande segredo da desvinculação é a vinculação, nunca a desvinculação sem a sintonia com uma meta no outro lado da dualidade. O materialista pode sair das suas posses e entrar em desespero ou no arrependimento.

“Não aguento o meu emprego, não suporto o meu patrão. Não fico lá nem mais um dia”, você diz consigo. Pode sair do emprego que te desconforta e entrar no desemprego. Pode sair do vício do cigarro e entrar no da bebida. Pode sair de um estado de alma e entrar em outro pior. Pode sair de casa, brigado com tudo e com todos, e adentrar em uma situação bem mais complicada.

Porque aquele que sai normalmente se fanatiza, radicaliza, ele não consegue sair direito nem entrar. Tem pessoas que saem das complicações, mas não entram.

Muitos insistem em sair para entrar, o que significa perder determinada condição de vida, e perder para depois conquistar faria de nossas vidas um constante vale de lágrimas.

O evangelho propõe entrar em uma nova dimensão para sair da antiga, e a gente sai de modo honrado, de modo tranquilo, sem escândalos.

Vamos pensar nisso. Vamos entrar para sair. Entrar em uma proposta nova definindo um estado diferente de equilíbrio e harmonia.

A entrada em nova faixa, em um novo componente, automaticamente representa a saída do outro território, do outro terreno, isto é, o crescimento consciente pressupõe vincular-se para desvincular.

A porta é ver, e nós já estamos cansados de visualizar a porta. Os componentes evangélicos nós já os vemos com muita propriedade, enxergamos que é uma beleza, visão nítida, todo mundo enxerga, e sem precisar usar os óculos.

Porém, a conquista efetiva vai depender da obra, da ação, do movimento, da dinâmica.

Sem contar que porta dá idéia de entrar. E aí entra a grande questão, a nossa luta é estarmos demorando a entrar. Nós passamos, olhamos, tornamos a passar: “a porta está lá, estou pensando, sei lá se eu entro.” E haja pensamento.

Pois ela é estreita e exige determinadas doses de alterações em nosso psiquismo de mudanças, de hábitos, de uma metabolização de um material alimentício diferente.

Realmente tem sido muito desafiador para todos nós. Mas não tem jeito, a proposta é entrar, é a entrada que garante a paz e essa entrada é um desafio.

Para começar, precisamos deixar de esperar que os anjos venham até nós para resolver os problemas que são de nossa competência solucionar, precisamos aprender a reclamar menos, trocar a reclamação pela operacionalização.

O processo não é esperar, é ir ao encontro. Todos somos diariamente constrangidos à ação e pelo que fazemos é que cada qual decide quanto ao próprio destino, criando para si a inquietude descida à treva ou a sublime ascensão à luz.

É certo que vida é um processo de eleição pessoal, e que ainda adoramos a vida complicada que a gente leva, porém, se o fruto é aquilo que dimana da gente vamos cuidar da parte que nos compete e “seja feita a vossa vontade”.

O entrar é referência ao mecanismo seletivo de decisão e está para além do processo de sintonia vibracional. Afinal, responsáveis por nossas decisões, essas escolhas devem ser sedimentadas ao nível das atitudes, ao nível da ação, porque é a ação que nos possibilita a desativação dos campos de infelicidade.

Sempre temos uma linha que sugere um plano tríplice e sempre estamos no ponto intermediário. Ou seja, no alto, a etapa ou a faixa superior (de cima) é onde recebemos as orientações, os influxos orientadores.

Então, os planos de percepção são para cima e o plano operacional está para baixo. E a porta estreita não está apenas em captar valores, está em ter acesso ao valor de cima.

Representa o plano operacional de vida, ela necessita atitude, está para além do ver, pressupõe a aplicação de componentes anteriormente angariados.

De modos que pela aplicabilidade passamos a ter uma linha de ressonância, abrindo uma porta e entrando nela, o que define que passar na porta é algo reservado a quem opera, a quem faz, a quem aplica, a quem realiza.

Só aquele que aprende pelo conhecimento identifica a porta e pode dizer: “é ali que passa”.


Marco Antônio Galvão


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