pombo

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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Jesus existirá para sempre!






“Jesus não foi daqueles que se destacaram por um certo tempo para depois desaparecerem nas brumas da história. 

Seu nome não é como o daqueles que aparecem em todos os jornais e poucos anos mais tarde jazem no esquecimento... 

Ele é o primeiro, o Criador deste mundo – e Ele é o último. 

Quando todos tiverem desaparecido – os ídolos e os deuses, as religiões e as ideologias, os grandes pensadores e os que edificaram imponentes obras arquitetônicas ou sufocantes masmorras – quando todos eles tiverem sumido das sacadas de seus palácios, quando tiverem caído de seus pedestais, quando tiverem perdido seus altos postos e tiverem virado pó – esquecidos, sumidos, afundados, quando todo este mundo sucumbir: Jesus existirá para sempre!

Você não irá mais encontrar os deuses e os ídolos, os de antigamente e os de hoje. Mas a Jesus você vai encontrar sempre. No final da história está Jesus – também da história de sua vida.”


Theo Lehmann 


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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

" O homem e a mulher são duas metades iguais de um todo."






"Se dentro de uma cultura a mulher é considerada simplesmente uma "posse", um objeto dos desejos do homem e não é tratada como uma mulher, absolutamente igual ao homem, tal cultura não compreendeu a verdadeira natureza do homem e da mulher.

O homem e a mulher são duas metades iguais de um todo."


(CARTAS DE CRISTO, CARTA 4, p. 152).


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"Quisera ser como Maria e amar-te, meu Deus, sem tantas razões, sem mais ideias, por boas que sejam. Quero só a ideia de amar-te."

(Sta Teresinha)


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Pérola de Sabedoria






Com frequência eu confirmei durante a minha própria missão (quando encarnado) que, indo para as montanhas para orar, ficando distante da multidão, eu era capaz de renovar a minhas forças e realizar um maior ministério de serviço e cura.

Todos aqueles que querem seguir os meus passos, devem entender, que a menos que eles sejam capazes de entrar em contato com a grande fonte da vida (Deus, a chama no coração), e continuamente renovar as suas forças (energias espirituais), sua missão não será levada adiante da maneira desejada por Deus.

Vocês não podem, como se diz, "queimar a vela em ambas as extremidades" e esperar que ela dure.

No entanto, quando for necessário, há um fluxo ilimitado de força divina que pode ser adquirido enquanto se aprende a usar os métodos de carregamento (de energia), em oração divina, durante o período mais movimentado do dia.


Jesus Cristo
Vol. 11 No. 11 - Jesus Cristo - 1968

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(Separe-se do tumulto, nem que seja por uns 5, 10 ou 15 minutos, e converse com Deus, iniciando sempre com um Pai Nosso, e que possível, acendendo uma vela. Seja sincero com Deus e dialogue com Ele entregando seus problemas e pedindo uma ação corretiva, regeneradora e direção divina.)

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ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO






Tu és santo, Senhor Deus, só tu operas maravilhas.

Tu és o forte.

Tu és o grande.

Tu és o altíssimo.

Tu és o rei onipotente, Pai santo,

Rei do céu e da terra.

Tu és o trino e uno, Senhor Deus, bem universal.

Tu és o bem, todo o bem, o sumo bem, Senhor Deus, vivo e verdadeiro.

Tu és a caridade, o amor.

Tu és a sabedoria.

Tu és a humildade.

Tu és a paciência.

Tu és a segurança.

Tu és o descanso.

Tu és a alegria e o júbilo.

Tu és a justiça e a temperança.

Tu és toda a riqueza, a nossa suficiência.

Tu és a beleza.

Tu és a calma.

Tu és a proteção.

Tu és o guarda e o defensor.

Tu és a fortaleza.

Tu és o alívio.

Tu és nossa esperança.

Tu és a nossa fé.

Tu és nossa inefável doçura.

Tu és nossa vida eterna, ó grande e admirável Senhor,

Deus onipotente, misericordioso Salvador.


Oração de S. Francisco de Assis, 
já depois de estigmatizado

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TUDO É CONSCIÊNCIA






"Tudo na existência é CONSCIÊNCIA, manifestada em diferentes matérias, como nas plantas, animais, humanos e nas coisas inanimadas, como os elementos e pedras, terra e metais.

Tudo o que você vê na realidade é constituído de partículas elétricas que estão vibrando a certa velocidade, produzindo determinadas formas. 

Mude as vibrações de algo radicalmente (injetando uma consciência nova), e terá um objeto diferente".


(CARTAS DE CRISTO - TEXTOS COMPLEMENTARES, p. 54).

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Amar como Jesus amou






Um dia uma criança me parou
Olhou-me nos meus olhos a sorrir
Caneta e papel na sua mão
Tarefa escolar para cumprir
E perguntou no meio de um sorriso
O que é preciso para ser feliz?

Amar como Jesus amou
Sonhar como Jesus sonhou
Pensar como Jesus pensou
Viver como Jesus viveu
Sentir o que Jesus sentia
Sorrir como Jesus sorria
E ao chegar ao fim do dia
Eu sei que dormiria muito mais feliz

Ouvindo o que eu falei ela me olhou
E disse que era lindo o que eu falei
Pediu que eu repetisse, por favor
Mas não dissesse tudo de uma vez
E perguntou de novo num sorriso
O que é preciso para ser feliz?

Depois que eu terminei de repetir
Seus olhos não saíram do papel
Toquei no seu rostinho e a sorrir
Pedi que ao transmitir fosse fiel
E ela deu-me um beijo demorado
E ao meu lado foi dizendo assim


Amar como Jesus amou.
https://www.youtube.com/watch?v=zOYSoejpnDA


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COM JESUS








Difícil de explicar, tão fácil de entender
Já ouvimos falar, mas não podemos ver
Está em todo lugar, precisa acreditar
Precisa se entregar
Precisa se encontrar com Jesus
Tão perto de você, mas longe do querer
Pra que se esconder, se tudo Ele vê
Então diga pra que tanta ilusão
Mas se abrir o coração vai se encontrar
Com Jesus
Com Jesus
Há uma dúvida em você, tentando acreditar, insistindo
Em querer
Uma razão de crer
Neste Homem que é mais
Que se pode imaginar
Mas se abrir o coração você vai se encontrar
Difícil de explicar tão fácil de entender
Já ouvimos falar, mas não podemos ver
Está em todo lugar, precisa acreditar
Precisa se entregar
Totalmente se encontrar com Jesus
Autor da salvação
Luz para o mundo
Liberta o cativo imundo
Da sua terrível escuridão
Deve abrir o coração pra se encontrar


Khorus


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Luz Que Ilumina






<< Jesus continuou: ninguém acende uma lamparina e depois a coloca debaixo de um cesto ou de uma cama, pelo contrário, a lamparina é colocada no lugar próprio para que todos os que entram vejam a luz pois tudo o que está escondido será descoberto, e tudo o que está em segredo será conhecido e revelado, portanto, tomem
cuidado e vejam como vocês ouvem, porque quem tem receberá
mais, mas quem não tem, até o que pensa que tem será tirado dele.>>

(Lc 8,16-18)


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Comentário


A lâmpada que ilumina; neste texto aparecem os verbos: acender ver, colocar, relacionados à lamparina.

A Palavra de Deus é a lamparina que antes de iluminar o caminho por onde devemos seguir, ilumina-nos por dentro, ilumina a nossa consciência para que possamos conhecer, discernir a Vontade do Criador.


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Elixir da Vida Eterna






Uma das maiores causas da miséria terrena provém do nosso comportamento orgulhoso e egoísta.

Para adquirirmos um mundo melhor, faz-se necessário o aprimoramento intimo, que se dá por meio da eliminação dos sentimentos inferiores aos quais estamos ainda arraigados.

Deus que é todo Sabedoria e Bondade, não nos criou para o sofrimento e, sim, para sermos felizes, espíritos ditosos, cooperadores da Sua obra.

Sob o ponto de vista de mundo, cada ser habita um em particular, ou seja, cada um de nós é um universo.

Por meio do pensamento nós criamos uma atmosfera psíquica; plasmamos estados d’alma; construímos moradias as quais convidamos, através da sintonia, vários companheiros para habitá-las, uma vez que jamais estamos sozinhos. Por isso, é de extrema importância a qualificação de nossas idéias e ideais.

Se a Terra é um mundo de provas e expiações e, como dizem, está doente, doentes estão também os seus habitantes. A cura para qualquer enfermidade, no entanto, está no Evangelho receitado pelo médico das almas – Jesus.

Que possamos todos nós, independentes de credo e raça, usarmos esse elixir da vida eterna, para que venhamos a permanecer firmes em nossa trajetória evolutiva em direção à luz.

Pela lei de progresso, alcançaremos mundos melhores sim, mas precisamos fazer a nossa parte para que o Reino de Deus se faça presente em nosso interior. Devemos estar preparados para isso, e o melhor apresto é a nossa transformação moral.


Autor: Carlo Augusto Sobrinho
Jornal “O Espírita Fluminense”
Instituto Espírita Bezerra de Menezes
– IEBM – Niterói – RJ
Setembro / Outubro 2011



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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

CRISTO COMO O LIBERADOR DE ENERGIA ( 1)






Eu Sou a luz do mundo, aquele que Me segue jamais andará nas trevas.” 

Jesus Cristo

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Talvez seja útil fazer algumas observações preliminares sobre o ensinamento difundido (no transcurso das épocas) pelos filhos de Deus que apareceram nas horas de mais necessidade para a humanidade, a fim de exporem, ante a consciência dos homens de Sua época, certas idéias e conceitos acerca da Verdade. 

Quando Eles aparecem, seu objetivo é satisfazer as necessidades imediatas, de maneira que as idéias apresentadas possam converter-se em ideais, aos quais se adaptará, oportunamente, a vida da humanidade, trazendo como conseqüência uma civilização melhorada. Tem havido uma grande continuidade através dos séculos. 

Não haveria tempo para escrever nem para ler uma análise ou descrição completa sobre a revelação progressiva de idéias transmitidas à humanidade pelas grandes e iluminadas mentes autorizadas pela Hierarquia espiritual do planeta. 

Todos os instrutores cíclicos (para diferenciá-los de inumeráveis Instrutores de menor importância) têm dominado Suas vidas – nas três esferas da evolução humana – física, emocional e mental – logrando controlar o nível físico da consciência, Sua natureza emocional ou sentimental e alcançar compreensão mental e, finalmente, iluminação. 

O problema da Hierarquia tem consistido – e ainda consiste – em conhecer a capacidade de captação da humanidade acerca da verdade, e até que ponto pode ser apresentada às mentes incipientes a verdade absoluta; também tem consistido em determinar qual o aspecto da verdade universal que permitirá ao homem resolver suas dificuldades e avançar no Caminho do Retorno a Deus; necessita saber, ademais, em que ponto da escala evolutiva se encontra a humanidade, num período dado. Isto em si constitui para Ela um campo de investigação. 

O método até agora seguido tem consistido em determinar qual é o principal fator de que carece o homem para perceber a realidade – num dado momento – e qual é a verdade divina que contém a semente de uma atividade vital para uma humanidade que se acha em determinadas condições e necessita de um certo tipo de ajuda. Também têm que decidir qual o melhor modo de prestar essa ajuda, de maneira que seus resultados sejam duradouros, educativos e eficazes. 

Até agora, os conceitos expostos têm sido formulados pelos Instrutores mundiais da época, e difundidos tão somente a uns poucos eleitos, cuja tarefa tem sido tomar a idéia recém apresentada, disseminando-a entre os homens que possuam a suficiente iluminação para que seja aceita, divulgada, vivida e polarizada. Isto já tem sido realizado durante épocas, com maior ou menor êxito. 

Torna-se impossível expor aqui as poucas verdades que serviram para orientar o desenvolvimento da humanidade na antiga Atlântida, posto que constituam uma base sólida de todo o ensinamento posterior. 
Podemos estudar (como fundamento do ensino que Cristo difundirá depois de Seu reaparecimento) vários conceitos de menor importância que estão contidos, hoje, nos ensinamentos de todas as religiões mundiais, os quais deveriam ser apresentados ao público pelos modernos instrutores religiosos. 

O primeiro desses Instrutores pertence a uma época tão remota que não se pode dizer com exatidão a data em que viveu. Seu nome foi modernizado e atribuído a um antigo herói e instrutor, chamado Hércules. Apresentou ao mundo, através de um histórico drama mundial (de natureza simbólica), o conceito de uma grandiosa finalidade, alcançável tão somente por meio de lutas e dificuldades. Traçou uma meta que os homens deveriam alcançar, sem levar em conta os obstáculos. 

Estes foram representados nos “Doze Trabalhos de Hércules”, os quais eram mitos e não acontecimentos reais. Desta forma representou, para os que tinham olhos para ver e coração para compreender, a natureza do problema que teriam de resolver, no Caminho de Retorno a Deus. Descreveu o regresso do Filho Pródigo ao Lar do Pai, e as provas e esforços que têm de enfrentar todos os aspirantes, discípulos e iniciados, igualmente enfrentados por todos os que hoje formam a hierarquia espiritual. 

Ao considerar essa assertiva, deve-se também incluir o Cristo, por haver sido “tentado em tudo”, segundo nossa semelhança (Hebreus, 4,15), não obstante haver triunfado nas provas e obstáculos. 
Em data também desconhecida, veio Hermes. Segundo se disse, foi o primeiro em proclamar-se a “Luz do Mundo”. Mais tarde, apareceu o grande Instrutor Vyasa. Trouxe uma mensagem singela e necessária, no sentido de que a morte não é o fim. 

Desde essa época, a humanidade começou a pensar sobre a possível imortalidade da alma. Instintiva e debilmente o homem havia nutrido a esperança e pressentido que o abandono do veículo físico não constituiria o fim de toda a luta, do amor e aspiração humanos; naquelas épocas primitivas, somente predominavam o sentimento e o instinto; as massas não possuíam a capacidade de pensar, como na atualidade. 

No período culminante em que vivemos, o trabalho de todo o movimento espiritualista constitui, em realidade, a emergência daquela corrente de energia mental e da idéia que Vyasa implantou na consciência humana, há milhares de anos. 

O esforço que realizam os intelectuais para demonstrar a possibilidade científica da imortalidade, também faz parte desta grande corrente, levada a níveis intelectuais, salvando, assim, o trabalho realizado por Vyasa, das brumas, da fascinação e da imoralidade psíquica, que hoje o envolve. A realidade da imortalidade está a ponto de ser provada cientificamente. 

Já foi comprovada a sobrevivência de determinado fator, se bem que o demonstrado como sobrevivente, não é em si, intrinsecamente imortal. A natureza real da alma e sua sobrevivência, frente à eterna vivência, são uma só e mesma coisa e não foram ainda comprovadas cientificamente. Entretanto, são verdades conhecidas e aceitas hoje por milhões de homens e por inumeráveis intelectuais, os quais – a menos que constitua um histerismo e engano coletivo – têm pressentido sua existência. 

Buda é o Instrutor ao qual nos referiremos a seguir, apesar de haverem existido outros, entre Sua época e a de Vyasa. Durante esses séculos, cuja história é relativamente obscura e vaga, a inteligência dos homens se desenvolvia rapidamente, e a percepção investigadora do gênero humano se apresentava cada vez mais ativa. As indagações – para as quais não existe uma aparente nem mesmo fácil resposta – foram formuladas por um grupo de pensadores da Índia, representando os pensadores de todos os países de então. 

Propuseram repetidas perguntas sobre por que existem a dor e a miséria em todos os recantos da Terra e em cada vida; qual seria a causa disto e que se deveria fazer para melhorar as condições de vida; queriam saber, igualmente, qual era o princípio integrante do homem; se era a alma e se existia um eu. O Buda veio para dar a resposta a todas essas indagações e firmar as bases de um enfoque mais iluminado à vida, difundindo os ensinamentos que preparariam o caminho para o trabalho do Cristo, que, Ele sabia, haveria de seguir Seus passos. 

É interessante relembrar que, quando veio o Buda, aproximadamente quinhentos anos antes de Cristo (pois a data exata do nascimento de Cristo ainda se discute), podiam sentir-se as primeiras tênues influências da Era Pisceana fazendo impacto sobre a poderosa qualidade da era de Áries, a vítima propiciatória ou o carneiro. Foi a influência dessa era – persistindo através da dispensação judaica – que conduziu, finalmente, à deformação dos simples ensinamentos de Cristo, quando Ele veio. 

Foi apresentado, erroneamente, ao mundo como a vivente vítima propiciatória que carregou com os peca dos da humanidade, originando, assim, a doutrina da expiação vicária. São Paulo foi o responsável por isso. Um exemplo análogo de distorção, também teve origem judaica, aparecendo nas primeiras etapas do ciclo de Áries, o carneiro. Afirmou-se que os Filhos de Israel se prosternaram ante o bezerro de ouro, o símbolo de Taurus, o touro, e o adoraram; este foi o ciclo astronômico precedente, cujos períodos são ciclos astronômicos e não signos astrológicos. Nas primeiras etapas de Áries, o ensinamento retrocedeu ao de Taurus, e nas primeiras etapas de Piscis retrogradou ao de Áries, e assim se iniciou a regressão do ensinamento que agora domina a tantos cristãos ortodoxos. 

Buda respondeu às interrogações de Sua época, difundindo as Quatro Nobres Verdades, que esclarecem, satisfatoriamente, o eterno porquê do homem. 

Estas verdades podem ser sintetizadas da seguinte maneira: Buda ensinou que a miséria e o sofrimento eram produzidos pelo próprio homem, e que a tendência do ser humano para o indesejável, efêmero e material, é a causa de todo desespero, ódio, e competição, e a razão pela qual o homem vive no reino da morte – o reino da vida material, que é a verdadeira morte do espírito. 

Buda fez uma excepcional abordagem dos ensinamentos disseminados por Hércules e Vyasa, e coadjuvou na estruturação da verdade que Eles haviam erigido, preparando, assim, o caminho para o Cristo. Entre estes dois grandes Instrutores, Buda e Cristo, apareceram instrutores menores, a fim de ampliar as verdades fundamentais já dadas. 

Entre estes, Sankaracharya foi um dos mais importantes, porque deu profundas instruções sobre a natureza do Eu. Também deve ser citado Shri Krisna, o Instrutor que figura no Bhagavad-Gita, e que muitos crêem ter sido uma encarnação anterior do Cristo. 

Desta maneira, as verdades fundamentais sobre as quais se baseia a relação com Deus (e, portanto, com nossos semelhantes), são sempre difundidas pelo Filho de Deus que, num determinado período mundial, é o Guia instrutor da Hierarquia espiritual. 

A seu devido tempo, o Cristo veio e deu ao mundo (sobretudo por intermédio de Seus discípulos) duas verdades principais: a realidade da existência da alma humana e, em segundo lugar, o sistema do serviço como meio (emprego esta palavra deliberadamente) para estabelecer corretas relações – com Deus e com os nossos semelhantes. 

Disse aos homens que todos eram filhos de Deus, no mesmo sentido que Ele; apresentou de muitas maneiras simbólicas o que era e quem era Ele, assegurando-lhes que podiam fazer coisas ainda mais grandiosas, porque eram tão divinos como Ele. Estas coisas mais grandiosas, a humanidade já as fez, no plano físico. 

Também controlou sua natureza, como Cristo sabia que os homens o fariam, porque conhecia a atuação da Lei de Evolução. Ensinou que o serviço constituía a chave da libertação. Também lhes ensinou, por meio de Sua própria vida, a técnica de servir, fazendo o bem, curando enfermos, predicando e instruindo sobre as coisas do Reino de Deus e dando de comer, física e espiritualmente, aos famintos. 

Fez da vida cotidiana um âmbito divino de vivência espiritual, acentuando, assim, o ensinamento de Buda, de não desejar nada para o eu separado. 

Assim Cristo ensinou, amou e viveu, levando adiante a magna continuidade da revelação e do ensinamento hierárquico; entrou, então, no arcano, deixando-nos Seu exemplo para que pudéssemos seguir Seus passos (Pedro 2,21), imitando-o em Sua fé na divindade, em Seu serviço e em Sua capacidade para penetrar nessa esfera de consciência e nesse campo de atividade, a que chamamos a verdadeira igreja de Cristo, a Hierar quia espiritual – atualmente invisível – de nosso planeta, o verdadeiro Reino de Deus. O véu que oculta a verdadeira igreja está por desaparecer o o Cristo está a ponto de reaparecer.

À luz do passado e das atuais necessidades da humanidade, às quais o Cristo e a Hierarquia devem satisfa zer, que ensinamento será difundido desta vez? Tal é a pergunta formulada agora por Seus discípulos. 

Provavelmente, Sua instrução versará sobre quatro pontos. Faríamos bem em considerarmos cada um em separado, e nos empenharmos em compreender e preparar a mente humana para receber aquilo que Ele há de dar. 

Livro: "O Reaparecimento do Cristo"
Pesquisa: Cassia de Resende Rixse
http://www.cassiarr.blogspot.com/


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sábado, 13 de fevereiro de 2010

A ORAÇÃO






A oração nos aproxima de Deus, nos causa paz, tranquilidade e a certeza que uma força muito maior esta agindo em nosso favor.

A oração é um canal direto que nos liga ao divino, onde podemos falar livremente com o governador de nossas vida, Jesus.

“E tudo o que pedir em oração, crendo, receberá.”

Mateus 21:22

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Oração para antes de ler a Bíblia





Meu Senhor e meu Pai! Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha tua Santa Palavra!

Que eu te conheça e te faça conhecer, te ame e te faça amar, te sirva e te faça servir, te louve e te faça louvar por todas as criaturas. 

Fazei, ó Pai, que pela leitura da Palavra os pecadores se convertam, os justos perseverem na graça e todos consigamos a vida eterna. Amém.

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Oração para depois de ler a Bíblia





Dou-Te graças, meu Deus, pelos bons propósitos, afetos e inspirações que me comunicastes nesta meditação; peço-Te ajuda para colocá-los em prática.

Minha Mãe Imaculada, meu protetor São José e Anjo da minha guarda, intercedeis todos por mim. Amém.


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A ENCARNAÇÃO DE JESUS CRISTO - COMO O VERBO ETERNO TORNOU-SE HOMEM






CAPÍTULO II


A manifestação da Divindade através da criação dos anjos e homens a partir da Essência Divina.


1. Visto que houve um mistério desde a eternidade, consideraremos agora a sua manifestação. Podemos falar da eternidade somente como se falássemos de um espírito, pois o todo era unicamente espírito; mesmo assim, da eternidade gerou a si mesmo em substância, através da ânsia e do desejo.

Não podemos dizer que na eternidade não havia substância, pois nenhum fogo existe sem substância. Tampouco há brandura, sem a produção de substância. Pois a brandura produz a água e o fogo a absorve, transformando-a em si mesmo, uma parte nos céus e firmamento, e a outra parte no súlfur, onde o espírito-ígneo com sua roda de essências produz um mercúrio e desperta o Vulcão (lança fogo), através do qual o terceiro espírito ou o ar é gerado.

No meio encontra-se a tintura pura, como um lustre de cores, e que possui sua origem da sabedoria de Deus. Cada cor permanece com sua essência, na brandura da fonte de água, obscura, a qual tem sua origem da ferocidade amarga.


2. Cada forma anseia pela outra, e pela ânsia do desejo, uma forma é impregnada pela outra, sendo que uma traz a outra à existência, de forma que a eternidade permanece numa perpétua magia, onde a natureza encontra-se num processo de crescimento e fortalecimento, o fogo a consome e a origina, formando um laço eterno.

Mas a luz da Majestade e da Trindade de Deus é imutável; pois o fogo não pode apreender a luz, que vive livre em si mesma.


3. Reconhecemos e observamos, contudo, que a luz do amor deseja as maravilhas e imagens na sabedoria; em tal desejo, este mundo foi percebido, desde a eternidade, como um modelo (forma espelhada), na sabedoria, na profunda e oculta magia de Deus; pois o desejo de amor busca o fundamento e o não fundamento.

O desejo da cólera, ou seja, da fonte severa e amarga na natureza e propriedade do Pai, aqui encontra-se misturado, desde a eternidade.

Assim, a imagem dos anjos e homens na propriedade divina, assim como na propriedade da cólera, os demônios, foram vistos na sabedoria de Deus desde a eternidade: ainda não como algum ser, mas da mesma forma que um pensamento surge nas profundezas da mente, sendo trazida diante de seu próprio espelho da alma, onde um objeto que não tem ser, aparece freqüentemente.


4. Assim as duas genetrizes, a da cólera no fogo e a do amor na luz, trouxeram sua forma na sabedoria, onde o coração de Deus desejou, no amor, produzir sua forma espelhada numa imagem angélica, composta pela essência divina, a fim de que estas formas pudessem ser imagem e semelhança da Divindade e habitar na sabedoria de Deus, preenchendo a ânsia da Divindade e para o eterno deleite do divino reino da alegria.


5. Precisamos considerar agora o Verbum Fiat, que os abarcou e os trouxe a uma substância e a um ser corporal, pois a vontade desta imagem surgiu do Pai, da propriedade do Pai, no Verbo ou coração de Deus desde a eternidade, como uma vontade que deseja a criatura e a manifestação da Divindade.

Porque, contudo, Deus não colocou-se em movimento até o momento da criação dos anjos; portanto, não ocorreu criação alguma até a criação dos anjos.

Mas a razão e causa disto não cabe a nós conhecermos; Deus guardou em seu poder, como foi que alguma vez se colocou em movimento, sendo que é, de fato, um Deus imutável. Não devemos ir além nesta questão, o que iria nos confundir.


6. Mas sobre a criação temos o poder de falar, pois trata-se de uma obra no ser de Deus. Compreendemos, que a vontade do Verbo ou o coração de Deus, é retida pelo Fiat amargo, no centro da natureza do Pai, com seus sete espíritos e formas da Natureza eterna, e que na forma de um trono, através do qual o Fiat amargo apareceu não como um realizador, mas como um agente na propriedade de cada essência, ou seja, nas grandes maravilhas da sabedoria.

Assim como as imagens foram retidas, desde a eternidade na sabedoria, foram agora abarcadas pelo Fiat na Vontade-espírito de Deus, e não foram tomadas de forma alienatória, mas da essência de Deus, ou da natureza do Pai.

Elas foram, com a Vontade-espírito de Deus, introduzidas na luz da Majestade, onde passaram a ser os filhos de Deus e não estranhos; nasceram e foram criadas, da natureza e propriedade eterna do Pai, e o espírito de sua vontade foi direcionada à natureza e propriedade do Filho.

Eles podiam se alimentar e deveriam fazê-lo do amor e essencialidade de Deus, na luz da Majestade; com isso, sua propriedade feroz, proveniente da natureza do Pai, era transformada em amor e alegria. Assim procederam todos, com exceção de um trono e reino, que se voltou para longe da luz do amor, e desejou, na severa natureza-ígnea, reinar sobre a brandura e o amor de Deus.

Conseqüentemente, este trono foi dirigido para fora da propriedade do Pai, fora do lugar próprio da criatura para as trevas eternas, para o abismo do Fiat adstringente; ali deve permanecer em sua própria eternidade; desta forma, a cólera da Natureza Eterna também foi satisfeita.


7. Mas não se deve pensar que o Rei Lúcifer não poderia ter permanecido firme. Ele possuía a luz da Majestade diante dele, da mesma forma que os outros anjos-tronos. Se sua imaginação tivesse ocorrido na luz, teria permanecido um anjo; mas ele se retirou do amor de Deus, e penetrou a cólera, passando a ser um inimigo do amor de Deus e de todos os santos anjos.


8. Além do mais, precisamos considerar aqui, a hostil inflamação dos espíritos expulsos, quando ainda encontravam-se na propriedade do Pai; como acenderam, através da imaginação, a natureza da essencialidade, fazendo com que a terra e as pedras fossem produzidas da Essência celeste, e o espírito brando da água, na qualificação do fogo, tornou-se o firmamento abrasador.

Imediatamente sucedeu-se a criação deste mundo como o terceiro Princípio; este mundo foi provido de uma outra luz, ou seja, o sol; com isso, o demônio foi privado de sua pompa, sendo fechado nas trevas como um prisioneiro, entre o reino de Deus e o reino deste mundo, a fim de que seu domínio neste mundo não se estenda além da turba, onde a cólera e a ira de Deus é despertada, e ali ele é um carrasco.

Ele é um perpétuo mentiroso, caluniador e enganador das criaturas; ele transforma tudo o que é bom naquilo que é mal, assim que tem a oportunidade.

O que quer que seja terrível e resplandecente, ali ele exibe seu poder, desejando sempre estar acima de Deus. Mas o céu, criado do meio das águas como um firmamento brando, abate sua pompa e orgulho, assim ele não é um príncipe soberano deste mundo, mas um príncipe da cólera.


9. Mas visto que o demônio foi expulso de seu lugar, este lugar ou trono (destituído de sua hoste angélica) desejou enormemente o seu príncipe; mas ele havia sido expulso.

Deus então criou um novo príncipe para este lugar, Adão, o primeiro homem, que também era um príncipe-trono diante de Deus. É preciso considerarmos aqui esta criação corretamente, assim como sua queda, o que fez com que o coração de Deus se movimentasse e se tornasse homem.


10. A criação do homem não é uma questão trivial, pois foi por causa de sua queda que Deus tornou-se homem, a fim de poder restaurá-lo. Portanto, sua queda não consiste no simples ato de se morder uma maçã; sua criação não ocorreu da forma que a razão acredita, na medida em que compreende o primeiro Adão, em sua criação, como sendo um mero torrão de terra.

Não, cara alma, Deus não tornou-se homem por causa de um torrão de terra; também não foi uma mera questão de desobediência, diante da qual Deus tornou-se tão colérico a ponto de sua cólera não ser apaziguada, a menos que ele se vingasse de seu Filho e o matasse.


11. Para nós homens, após a perda da imagem paradisíaca, isto é um mistério e permaneceu oculto, exceto para alguns que conseguiram apreender novamente o mistério celeste; para estes, algo foi revelado, de acordo com o homem interior.

Pois, em Adão estamos mortos para o Paraíso e devemos, através da morte e da putrefação do corpo, florescer novamente no Paraíso, como num outro mundo, na vida de Deus, na essencialidade e corporalidade celeste.

Mas ainda que o mistério possa estar em alguns, para terem adquirido novamente na alma, a essencialidade de Deus (ou o corpo de Cristo), ainda assim o Adão terrestre e corrupto encobriu o santo e puro mistério, sendo que o grande segredo permaneceu oculto da razão.

Deus não habita neste mundo, no Princípio externo, mas sim no Princípio interno. Certamente, ele habita no lugar deste mundo, mas este mundo não o apreende.

Como então poderia o homem terrestre apreender os mistérios de Deus? Se algum homem pretende apreendê-los, deve fazê-lo de acordo com o homem interior, nascido novamente de Deus.


12. Mas, visto que o Mistério divino irá então, revelar-se inteiramente, apresentando-se ao homem de forma compreensível, a fim de que ele compreenda o segredo claramente, é preciso refletir bem sobre o que isso significa, - nada menos do que a colheita deste mundo.

Pois o início encontrou o fim e o meio foi colocado em separação. Que isto seja dito a vós, sim aos filhos, que herdarão o reino de Deus: É hora de grande seriedade; o campo deve ser preparado; o bem e o mal devem ser separados; o dia se vai; isto é um fato!


13. Se iremos falar do homem, compreendê-lo corretamente, do que foi feito, devemos considerar a Divindade como Ser de todas os seres, pois o homem foi criado à semelhança de Deus, a partir dos três princípios, uma imagem completa e semelhante a toda esfera de existência.

Ele não era para ser somente uma imagem deste mundo, pois a imagem deste mundo é animal, e não foi por causa de uma imagem animal que Deus tornou-se homem. Nem Deus criou o homem para viver assim, na propriedade animal, como vivemos agora, após a queda, mas Ele o criou no Paraíso, na Vida eterna.

O homem não tinha esta carne animal, mas a carne celestial; com a queda, ela tornou-se terrestre e animal. Não devemos, no entanto, entender que o homem nada tinha deste mundo em si, mas os quatro elementos não reinavam nele, pois estavam reunidos em um, e o reino terrestre permanecia oculto.

Ele deveria viver na qualidade celestial; embora tudo estivesse despertado no homem, ele deveria reinar com a qualidade celeste do segundo Princípio; a qualidade terrestre, o reino e a qualidade das estrelas e elementos deveriam estar sujeitas à qualidade paradisíaca.

Nenhum calor, frio, doença ou miséria, nenhum temor deveria atingi-lo ou amendontá-lo. Seu corpo poderia passar através das pedras e da terra sem prejudicar nenhum deles. Não havia nenhum homem eterno, que pudesse ser controlado terreamente e que fosse frágil.


14. Portanto, é preciso considerar o homem corretamente. Não se trata de uma questão de sofisticação ou imaginação, mas de saber e compreender no espírito de Deus. É dito: “É preciso renascer, se quiseres ver de novo o reino de Deus, o qual abandonastes”.

A ciência nada ajudará, senão o espírito de Deus, que abre a porta do céu à imagem do homem, para que ele veja com os três olhos. Pois o homem vive numa vida ternária, se é filho de Deus; caso contrário, vive somente uma vida binária.

Sabemos, muito bem, que Adão abandonou, com a reta e santa imagem, que era a semelhança da Santa Trindade, o Ser Divino e imaginou na terrenidade, introduzindo o reino terrestre na imagem divina, o que provocou a sua corrupção e obscuridade; com isso, perdemos também a vista paradisíaca.

Além do mais, Deus retirou o Paraíso do homem, o que o deixou frágil, fraco e sem poder; imediatamente, os quatro elementos e as estrelas tornaram-se poderosos no homem; portanto, com Adão caímos sob a sua influência.

Esta foi também a causa da mulher; Deus dividiu Adão quando não pode permanecer firme, trazendo-o para duas tinturas, de acordo com o fogo e a água, uma fornecendo a alma, outra o espírito.

Após a queda, o homem tornou-se uma entidade animal, devendo propagar-se através de uma propriedade animal, já que o Céu, o Paraíso e a Divindade tornaram-se um mistério para ele; aquilo que é eterno no homem, ou seja, a alma pura, ainda existe, mas coberta por uma vestimenta terrestre, obscura e infectada pela qualidade terrestre, envenenada pela falsa imaginação, o que o impede de ser reconhecido como filho de Deus; foi por causa disso que Deus tornou-se homem, a fim de libertar a alma da obscura terrenidade e introduzi-la novamente na essencialidade celestial, na carne e sangue de Cristo que preenche os céus.


Jacob Boehme


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JESUS O MESTRE






Pelo Pai Criador fomos todos abençoados!

Com as belezas naturais fomos agraciados!

Com a liberdade de escolha fomos presenteados!

Os dois caminhos nos foram ensinados.

Se trilharmos o caminho do mal

Pelas trevas seremos alcançados!

Mas, se caminharmos na luz

Por ela seremos iluminados!

Jesus não veio tirar o pecado do mundo.

Mas sim, Ensinar o caminho do amor.

Para através dele, alcançarmos o perdão.

E dos nossos pecados sermos aliviados!

Assim disse Jesus

A todo o seu povo!

Para entrardes no seu Reino

É preciso nascer de novo.


Autor-Guerreiro da Luz-Edu Sol
Eduardo A. Soares

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JESUS É O MESSIAS!







Evangelho


Certa vez Jesus estava sozinho, orando e os discípulos chegaram perto dele, então ele perguntou: quem o povo diz que eu sou?

Eles responderam: alguns dizem que o senhor é João Batista outros que é Elias e outros, que é um dos profetas antigos que ressuscitou.

E vocês, quem vocês dizem que eu sou? Perguntou Jesus. 

Pedro respondeu: Sois O Messias.

Então Jesus proibiu os discípulos de contarem isso a qualquer pessoa; e continuou: 

O Filho do Homem terá de sofrer muito, ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e mestres da lei, será morto e no terceiro dia, será ressuscitado.


(Lc 9,18-22)


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Comentário:


Um Messias que passa pelo sofrimento e pela morte?!

Trata-se do segundo anúncio da paixão, morte e ressurreição. 

É preciso não se deixar levar pelo entusiasmo e menos ainda pela euforia. 

A admiração das pessoas por tudo o que ouviam e viam Jesus fazer não pode ser para os discípulos uma tentação que os disperse da novidade do messianismo vivido e revelado por Jesus. 

Por isso, Jesus põe os seus discípulos de sobreaviso. É preciso não se deixar iludir pelas aparências nem seduzir pelo sucesso. 

Jesus busca prevenir os discípulos contra qualquer tipo de equívoco a respeito de sua missão ou ilusões ligadas à sua pessoa. 

Os discípulos não compreendem ou não podiam compreender, e, quem sabe, não queriam compreender. 

A incompreensão dos discípulos mostra que eles, até certo ponto, partilhavam com seus contemporâneos uma ideia de Messias que não se coadunava com a realizada em Jesus de Nazaré. 

A ideia de um Messias que tivesse que passar pelo sofrimento e pela morte não estava contemplada na esperança messiânica de Israel. 

A comunidade primitiva teve que fazer um enorme esforço para justificar diante do judaísmo o fato de Jesus, proclamado como Messias e Senhor, ter sofrido a morte dos desgraçados.


Pe. Carlos Alberto Contieri


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Oração


Pai, dá-me a graça de considerar a paixão de Jesus a partir de teu modo de pensar. 

Só então compreenderei que se tratou da prova máxima de fidelidade a ti.


Fonte: paulinas

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Amai os vossos inimigos


Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. 

Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque Ele faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. 

Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? 


Jesus Cristo
Mateus 5:43-46


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Comentário:


A expectativa dos discípulos era semelhante à de todos os judeus da época, a de um messias que libertaria o povo judeu do império romano e criaria um estado poderoso.

O modelo deste estado era o reinado de Israel sob o rei Davi ao qual a tradição atribuíra grande prosperidade, glória e poder.

Jesus repreende os discípulos com sua humildade amorosa, pois Ele distanciava-se muito de tal concepção, antes exprimia a singeleza de sua condição humana identificando-se como Filho do Homem.

Os gestos de amor de Jesus tinham tal efeito transformador nas pessoas, que os possuídos pela ideologia política os interpretavam como gestos de poder.

Corre a imagem de um Jesus taumaturgo, um João Batista ou um antigo profeta ressuscitado, ou um Elias que voltou. 

Se Jesus pretendesse se mostrar-se poderoso, destruiria seus inimigos como a Divindade no Antigo Testamento.

A opção pelo amor remove a competição pelo poder, a comunicação de vida pelo amor supera a destruição da vida pelo ódio e poder.

O poder comumente mata os que o ameaçam, porém o amor de Deus, sempre, garante a permanência na vida. 


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Bendito seja O Pai, que nos reuniu no amor do Filho, Jesus, O Cristo! Amém!


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Silêncio e conformação de Jesus






Que espécie de justiça reclamou o Senhor para Ele, quando vergava sobre a cruz?

Nesse sentido, o Cristo nos deixou normas de que não deveremos esquecer. 

O Mestre mantinha-se vigilante em todos os atos alusivos à justiça para os outros.

Defendeu os interesses espirituais da coletividade, até a suprema renunciação; entretanto, quando surgiu a ocasião do seu julgamento, guardou silêncio e conformação até ao fim.

Naturalmente não desejou o Mestre, com semelhante atitude, desconsiderar o serviço sagrado dos juízes retos, no mundo carnal, mas preferiu adotá-la, estabelecendo o padrão de prudência para todos os discípulos de seu Evangelho, nas mais diferentes situações.

Ao se tratar de interesses alheios, devemos ser rápidos na justificação legítima, entretanto, quando os assuntos difíceis e dolorosos nos envolvem o “eu”, convém moderar todos os impulsos de reivindicação.

Nem sempre a nossa visão incompleta nos deixa perceber a altura da dívida que nos é própria. E, na dúvida, é lícita a abstenção.

Acredita que Jesus tivesse algum débito para merecer a sentença condenatória? 

Ele conhecia o crime que se praticava, possuía sólidas razões para reclamar o socorro das leis; no entanto, preferiu silenciar e passar, esperando-nos no campo da compreensão legítima.

E que o Mestre, acima do “olho por olho” das antigas disposições da lei, ensinou o “amai-vos uns aos outros”, praticando-o invariavelmente.

Confirmou a legalidade da justiça, mas proclamou a divindade do amor.

Demonstrou que será sempre heroismo o ato de defender os que merecem, mas se absteve de fazer justiça a si mesmo, para que os aprendizes da sua doutrina estimassem a prudência humana e a fidelidade divina, nos problemas graves da personalidade, fugindo aos desvarios que as paixões do “eu” podem desencadear nos caminhos do mundo.

[16a - página 280] - André Luiz

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Como a maioria de vocês deve compreender, NÃO vim neste momento para trazer uma nova religião, um código moral melhor, ou um novo “Deus” a quem adorar. Também não prego o “pensamento positivo”, como o fazem os seus metafísicos. 

O “pensamento positivo”, da forma que a humanidade o concebe, para magnetizar suas necessidades e desejos humanos e os meios para alcançar suas ambições, simplesmente fortalece seu impulso egocêntrico.

Todas as coisas abençoadas e generosas serão manifestadas em você e em sua vida à medida que você compreenda que o universo inteiro é CONSCIÊNCIA UNIVERSAL transcendente, tornada visível quando ELA toma forma material através da atividade do ego.

O verdadeiro propósito de sua jornada espiritual é o de livrá-lo da escravidão do ego e o de fazer o mais puro contato com a CONSCIÊNCIA DIVINA. 

O seu destino final é o de reconhecer a SUA onipresença, tanto dentro de você como também em todas as suas atividades diárias.



O seu objetivo espiritual supremo é chegar ao momento espiritualmente elevado em que você finalmente compreenderá que sua mente humana e seus desejos são finitos. 

Portanto, eles nunca poderão levar você à felicidade e à realização que experimentará quando abandonar a sua individualidade e vier à CONSCIÊNCIA DIVINA pedindo UNICAMENTE pelo Caminho Mais Elevado, pela Vida Mais Abundante e pelo verdadeiro PROPÓSITO espiritual, que você somente pode cumprir em seu estado terreno.


Cristo, Carta 6


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A ENCARNAÇÃO DE JESUS CRISTO - COMO O VERBO ETERNO TORNOU-SE HOMEM






A ENCARNAÇÃO DE JESUS CRISTO DESCRITO NOS SEGUINTES TRATADOS:


Livro 1: Como o Verbo eterno tornou-se homem;

Livro 2: Como devemos penetrar o sofrimento;

Livro 3: A Árvore da fé Cristã;


Exposta em três partes:


I. Como o Verbo eterno tornou-se homem; Maria, a Virgem, quem Ela era no princípio, e que tipo de mãe se tornou através da concepção de seu filho, Jesus Cristo.

II. Como devemos penetrar o sofrimento, agonia e morte de Cristo; como devemos, com ele e através dele, ressurgir de sua morte, nos tornamos a sua imagem e viver eternamente nele.

III. A Árvore da fé Cristã. Uma verdadeira instrução, mostrando como muitos podem ser um espírito com Deus, e o que é preciso para se operar as obras de Deus.

Escrito conforme iluminação Divina por Jacob Boehme No ano de 1620

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“Temo que em muitas passagens de meus escritos, dificilmente serei compreendido. Mas por Deus, sou facilmente compreendido pelo Leitor, se sua alma encontra-se fundamentada em Deus, é Dele o único conhecimento do qual escrevo.

Pouco sei sobre a ciência histórica deste mundo, e não escrevo por vaidade. Não fui gerado pela ciência deste mundo, mas da vida de Deus, a fim de frutificar no paradisíaco jardim de rosas de Deus.

Não só para mim mesmo, mas também para meus irmãos e irmãs, para que nos tornemos um santo corpo em Cristo, para Deus nosso Pai, que nos amou e nos ordenou em Cristo, antes que a fundação do mundo fosse estabelecida”.

Carta de Jacob Boehme à Christian Bernhard, 14 de Novembro de 1619.


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Livro I

COMO O VERBO ETERNO TORNOU-SE HOMEM, Maria, a Virgem, quem Ela era no princípio, e que tipo de mãe se tornou através da concepção de seu filho, Jesus Cristo.

CAPÍTULO I


A pessoa de Cristo, assim como a sua encarnação, não pode ser conhecida pela compreensão comum ou pela letra das Santas Escrituras, sem a Iluminação Divina. E ainda, sobre a origem do Ser Divino e Eterno.


1. Quando Jesus perguntou a seus discípulos: “Quem, dizem os homens ser o Filho do Homem?” Disseram: “Uns afirmam que é João Batista, outros que é Elias, outros ainda, que é Jeremias ou um dos profetas” Então lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro, respondendo disse: “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo”.

Jesus respondeu-lhe: “Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim o meu Pai que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela.

Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus”. Em seguida, proibiu severamente os discípulos de falarem a alguém que ele era o Cristo.

A partir dessa época, Jesus começou a mostrar aos seus discípulos que era necessário que fosse a Jerusalém e sofresse muito por parte dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos escribas, e que fosse morto e ressurgisse ao terceiro dia”. (Mt.16, 13-21).

Sua intenção era mostrar que a razão pessoal, no conhecimento e sabedoria deste mundo, não poderia conhecer ou compreender a pessoa que era Deus e homem; mas que essa pessoa seria corretamente conhecida daqueles capazes de entregar-se inteiramente a ele, e por seu Nome suportar a cruz, a tribulação e a perseguição, de forma fiel.

De fato, embora essa pessoa vivesse visivelmente entre nós neste mundo, era pouco conhecido pelo sábio da razão.

E embora caminhasse nas maravilhas Divinas, a razão exterior era tão cega e tola que aquelas grandes maravilhas ou milagres foram atribuídos, pelos mais sábios da ciência da razão, ao demônio.

Exatamente como no tempo em que vivia visivelmente neste mundo, ele permanece desconhecido da razão e do conhecimento pessoal, de modo que é e continua sendo, até agora, irreconhecível e desconhecido da razão exterior.


2. Tantas contentas e disputas surgiram sobre a sua pessoa, na medida em que a razão exterior sempre acredita ter compreendido o que é Deus e o homem, e como podem ser uma só pessoa.

Essa disputa preencheu a terra, pois a razão pessoal sempre pretendeu ter apoderado-se da pérola, sem refletir que o reino de Deus não pertence a este mundo e que a carne e o sangue não podem conhecer ou compreendê-lo, muito menos penetrá-lo.


3. Do mesmo modo, convém a todos que pretendem falar sobre os mistérios Divinos ou mesmo ensiná-los, que possuam o Espírito de Deus, e que saibam à luz Divina o que expressar como verdade; nunca se deve extrair o ensinamento de sua própria razão, nem se apoiar meramente na letra, sem o conhecimento Divino, arrastando-se nas Escrituras, como faz a razão.

Muitos erros surgem daqui, pois os homens tem buscado o conhecimento Divino em sua própria compreensão e ciência, passando da verdade de Deus para a razão pessoal, considerando a encarnação de Cristo como algo remoto e distante, enquanto todos devemos nascer novamente de Deus, nesta encarnação, se pretendemos escapar da cólera da natureza Eterna.

4. Cabe aos filhos de Deus uma obra íntima e inerente, com a qual deveriam ocupar-se de hora em hora, diariamente, a fim de penetrar continuamente a encarnação de Cristo, deixar a razão terrestre, e assim, durante esta vida de sofrimento, nascer no nascimento e encarnação de Cristo, caso queiram ser os filhos de Deus em Cristo:

Eu me propus a escrever sobre este alto mistério, de acordo com meu conhecimento e dons, para um memorial, para que eu possa assim, ter a oportunidade de recriar e renovar a mim mesmo cordialmente com meu Emanuel, - pois, encontro-me como outros filhos de Deus neste nascimento, - para que eu tenha um memorial e um apoio, caso os trevosos e terrestres, carne e sangue, colocarem em mim o veneno do demônio, obscurecendo minha imagem.

Proponho este trabalho como um exercício de fé, através do qual minha alma possa, como um ramo em sua árvore, Jesus Cristo, renovar-se com sua seiva e poder.

Assim, não com instrução e grandes discursos da ciência ou luzes da razão deste mundo, mas segundo o conhecimento que tenho de minha árvore que é o Cristo, para que meu ramo também possa florescer e crescer, ao lado de outros, na árvore e vida de Deus.

Embora meu fundamento seja elevado e profundo, explicarei de forma clara; contudo devo dizer ao leitor, que sem o espírito de Deus, tudo será para ele um mistério incompreendido.

Portanto, que cada um reflita sobre o julgamento que emprega, a fim de não cair no julgamento de Deus, ser agarrado por sua própria turba, e derrotado pela razão. Digo isto com boa intenção e afeição, para reflexão do leitor.


5. Se iremos escrever sobre a encarnação e nascimento de Jesus Cristo, o Filho de Deus, corretamente, devemos refletir sobre a causa, considerando o que movimentou Deus a tornar-se homem, tendo em vista que isso não era necessário para a realização de seu ser. Não se pode dizer que o ser de Deus, propriamente dito, tenha sido modificado na encarnação.

Deus é imutável, e ainda assim tornou-se o que Ele não era; mas sua propriedade permaneceu, ao mesmo tempo, imutável.

Foi unicamente por causa da queda e salvação do homem, para que Ele pudesse trazê-lo novamente ao Paraíso. É preciso considerar o primeiro homem, da forma que era antes da queda, o que motivou a movimentação da Divindade.


6. Sabemos que Moisés diz: “Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou” (Gn 1,27). Compreenda, então, que Deus, que é um Espírito, olhou a si mesmo numa imagem, como numa semelhança.

Ele também criou este mundo, para que pudesse manifestar a Natureza Eterna em essência e substância, assim como nas criaturas e figuras viventes, para que tudo isso pudesse ser uma semelhança e uma produção da Natureza Eterna do primeiro Princípio.

Semelhança, que antes dos tempos do mundo, permanecia na sabedoria de Deus, como uma magia oculta, e que foi vista na sabedoria pelo Espírito de Deus, que no princípio deste mundo movimentou a Natureza Eterna, manifestando e revelando a semelhança do mundo divino oculto.

Pois, o mundo ígneo encontrava-se como que absorvido e oculto na luz de Deus, a luz da Majestade reinava sozinha em si mesma. Não se deve pensar, no entanto, que o mundo ígneo não existia.

Existia; mas separado em seu próprio princípio, e não estava manifestado na luz da Majestade de Deus.

Podemos conceber este fato, observando o fogo e a luz; o fogo é, de fato, a causa da luz, e a luz habita no fogo, sem ser capturada por ele, e tendo uma outra vida além do fogo.

Pois, o fogo é ferocidade e consome, e a luz é brandura, e de seu poder surge a substancialidade, como a água ou súlfur de algo, que o fogo atrai para si e usa para sua força e vida, formando com isso um laço eterno.


7. Este fogo e a luz divina permaneceram, desde a eternidade, em si mesmos, cada um em sua ordem, em seu princípio, sem possuir fundamento ou começo.

Pois o fogo tem em si sua própria forma como fonte, a saber, o Desejo, no qual e do qual todas as formas da natureza são geradas, uma como causa da outra, como já foi detalhado em outros escritos.

Encontramos, na luz da natureza, que o fogo em sua essência própria, na fonte amarga do desejo, era trevas, e estava como que absorvido na brandura de Deus, sem inflamação; embora queimasse, só era perceptível como um princípio especial, na brandura de Deus.

Pois, desde a eternidade só haviam dois princípios: o mundo ígneo, em si mesmo, e o outro também contido em si mesmo, o mundo da luz-flamejante; embora não estivessem separados, como o fogo e a luz não estão separados, a luz habitava o fogo, sem ser capturada por ele.


8. Devemos compreender dois tipos de espíritos unidos um no outro, ou seja, primeiro um espírito ígneo, em conformidade com a essência da natureza severa e amarga, procedendo do fogo essencial feroz que é frio e quente, conhecido como sendo o espírito da cólera de Deus, pertencente à propriedade do Pai, de acordo com a qual ele se denomina um Deus ciumento e colérico; um fogo consumidor pelo qual o Primeiro Princípio é compreendido.

Segundo, um espírito gentil de luz-flamejante, que desde a eternidade recebe sua transformação no centro da luz; pois no Primeiro Princípio, na propriedade do Pai, esse é um espírito ígneo, e no segundo Princípio, na luz, um espírito brando de luz-flamejante, gerado desta forma desde a eternidade, sendo um, não dois.

Mas que é compreendido numa fonte dupla, ou seja, no fogo e na luz, segundo a propriedade de cada fonte, como pode ser suficientemente compreendido em qualquer fogo exterior, onde a fonte do fogo origina um espírito feroz e consumidor, e a fonte da luz fornece um espírito amoroso e brando, ainda que originalmente haja senão um espírito.


9. Da mesma forma, devemos considerar o Ser da eternidade ou a Santa Trindade, que na luz da Majestade reconhecemos como sendo a Divindade, e no fogo como sendo a Natureza Eterna. Pois o espírito todo poderoso de Deus, com os dois Princípios, tem sido desde a eternidade o Todo; não há nada anterior a ele, ele é o próprio fundamento e o não fundamento.

O Ser divino é considerado especialmente como uma única existência em si, habitando fora da natureza e propriedade ígnea, na propriedade da luz, e é chamado Deus; não da propriedade do fogo, mas da propriedade da luz, embora as duas propriedades sejam inseparáveis.

Como vemos neste mundo, que um fogo oculto permanece oculto nas profundezas da natureza e em todos os seres, sem o qual nenhum fogo exterior poderia ser produzido.

Observamos como a brandura da água mantém esse fogo oculto aprisionado em si mesma, a fim de que ele não possa ser revelado; pois está como que absorvido na água, sendo, portanto essencial e não substancial, sendo conhecido e qualificado ao despertar-se; tudo era um nada e um não fundamento sem o fogo.


10. Assim, compreendemos também que o terceiro Princípio, ou a fonte e o espírito deste mundo encontrava-se oculto, desde a eternidade, na Natureza Eterna da propriedade do Pai, e que fora visto pelo Espírito de luz-flamejante na santa Magia, na sabedoria de Deus e na tintura divina.

Conseqüentemente, a Divindade movimentou-se de acordo com a natureza da genetrix, manifestando o grande mistério, onde encontra-se tudo o que a Natureza Eterna pode fazer. Isso era, contudo, apenas um mysterium, e não assemelhava-se a nenhuma criatura, mas que continha tudo em si, como num caos.

A natureza colérica e feroz gerou um caos escuro, e a natureza de luz-flamejante, em sua propriedade, gerou chamas na Majestade e na brandura, que tem sido, desde a eternidade, a fonte de água e causa da santa e divina essencialidade.

Era somente poder e espírito, sem paralelo, nada era discernido ali, senão o Espírito de Deus numa fonte e forma dupla, ou seja, a severa fonte do fogo, fria e quente, e a branda fonte do amor, na forma de fogo e luz.


11. É como um mistério que penetra um no outro, sem que um compreenda o outro, mas que ao mesmo tempo permanecia em dois princípios.

Aqui então o azedume ou o pai da natureza busca a essência no mistério, onde quer que tivesse sido formada como que numa imagem, ainda que não houvesse nenhuma imagem, mas como que a sombra de uma imagem.

Tudo sempre teve, no mistério, um eterno começo, e não se pode dizer que algo tenha surgido sem ter sua figura como sombra na grande Magia eterna; mas não havia ser, somente uma vibração espiritual, uma na outra, constituindo a Magia das grandes maravilhas de Deus, onde sempre houve origem, onde não havia nada, senão uma existência infundada.

Este nada, na natureza do fogo e da luz, avançou para um fundamento, ainda que tenha saído do nada senão do espírito da fonte, que não é um ser, mas uma fonte que origina-se de si mesma em si mesma em duas propriedades, e da mesma forma, separa-se em dois princípios. Não há separador ou realizador, nem qualquer causa de sua própria criatividade, ela própria é a causa.


12. Assim, somos capazes agora de reconhecer a criação deste mundo, incluindo tanto a criação dos anjos como a do homem e de todas as criaturas.

Tudo foi criado a partir do grande mistério. Pois, o terceiro Princípio posicionou-se diante de Deus como uma magia, não sendo manifestado por inteiro. Deus não tinha nenhuma semelhança, na qual pudesse manter seu próprio ser, mas somente a sabedoria.

Este era seu anseio, e estava lá em sua vontade, com seu espírito, como uma grande maravilha na magia divina de luz-flamejante do Espírito de Deus.

Pois, a sabedoria era a morada do Espírito de Deus, e não uma genetrix, mas a revelação de Deus, uma virgem e causa da divina essencialidade, pois nela encontra-se a tintura divina de luz-flamejante para o coração de Deus, assim como para o Verbo da vida da Divindade, a revelação da Santa Trindade.

Não que a sabedoria tenha manifestado a Deus através de seu próprio poder e produtividade, mas o centro divino, ou seja, o coração de Deus ou ser, manifestou-se nela.

A sabedoria é como se fosse o espelho da Divindade; pois nenhum espelho produz ou mantém qualquer imagem, apenas recebe a imagem.

Da mesma forma esta virgem da sabedoria é um espelho da Divindade, no qual o Espírito de Deus se mantém, assim como todas as maravilhas da magia, que chegaram à existência com a criação do terceiro Princípio.

Tudo foi criado a partir do grande mistério, e a virgem da sabedoria de Deus permaneceu no mistério e nela o Espírito de Deus viu as formas das criaturas. Pois isto é aquilo que é pronunciado, aquilo que o Pai pronuncia através do Espírito Santo, a partir de seu centro da propriedade divina de luz-flamejante, do centro de seu coração, do Verbo da Divindade.

A sabedoria permanece diante da Divindade como Seu reflexo ou espelho, onde a Divindade se mantém, e nela repousa o reino divino da alegria e da vontade divina, ou seja, as grandes maravilhas da eternidade, que não tem começo nem fim, nem número, mas tudo é um eterno começo e um eterno fim, e juntos assemelham-se a um olho que vê, onde, contudo não há nada a vista, ainda que a vista surja da essência do fogo e da luz.


13. Assim, compreenda na essência do fogo, a propriedade do Pai e o primeiro Princípio; na fonte e propriedade da Luz a natureza do Filho ou o segundo Princípio; e o Espírito governante que procede destas duas propriedades compreenda como o Espírito de Deus, que no primeiro Princípio é colérico, severo, amargo, azedo, frio e feroz, o espírito propulsor na cólera.

Portanto ele não reside na cólera e na ferocidade, mas sai e sopra o fogo essencial, unindo-se novamente à essência do fogo, pois as essências ígneas atraem o espírito novamente para si, já que o espírito é a sua fonte e a sua vida; novamente, no fogo inflamado na luz, o espírito procede do Pai e do Filho, revelando as essências ígneas na fonte da luz, através da qual as essências ígneas queimam num grande desejo de amor, e a fonte austera rigorosa não é conhecida na fonte da luz, a fim de que a severidade do fogo seja apenas uma causa da majestade da luz-flamejante e o amor desejoso.


14. Assim, devemos compreender o Ser da Divindade e também da Natureza Eterna.

Compreendamos sempre o ser divino na luz da majestade, pois a luz branda torna a natureza severa do Pai gentil, amorosa e misericordiosa, quando Deus é denominado um Pai de misericórdia, de acordo com seu coração ou Filho. Pois a propriedade do Pai encontra-se no fogo e na luz. Ele é o Ser de todos os seres.

Ele é o não fundamento e o fundamento, e no nascimento eterno divide-se em três princípios, embora na eternidade haja senão dois princípios no ser, e o terceiro é como um espelho dos dois primeiros, do qual este mundo foi criado como uma existência palpável num começo e fim.


- Jacob Boehme


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