O princípio do "olho por olho e dente por dente" (lei do talião), com um caráter jurídico-social (Ex 21,23-24), abre as portas para a vingança pessoal.
A prática da vingança gera uma espiral de violência. Não retribuir o mal recebido com outro mal é uma maneira de resistir ao círculo vicioso da violência.
A questão se coloca também ao nível de relações internacionais.
O terrorismo de estado com imenso poderio militar empreende violentas e cruéis guerras de ocupação, visando a ganhos financeiros, que geram a reação terrorista dos pequenos, precariamente armados, com sacrifício de suas próprias vidas.
Permanece acesa a chama da violência.
O "não resistir" ao malvado não significa a submissão passiva ao mal que se propaga. Trata-se de não resistir violentamente.
Entende-se que se sugere uma resistência não violenta ativa.
Quando a reação do malvado que esbofeteia é causada por algum bem que o outro fez, oferecer a outra face é perseverar na prática do mesmo bem.
Jesus questionou aquele que o esbofeteou (Jo 18,22-23).
O pobre que luta por seus direitos e é agredido pelos poderosos não vai submeter-se à prepotência e abandonar a sua luta, e sim a manterá com firmeza.
Na prática de Jesus encontramos a esperança da paz.
José Raimundo Oliva
.