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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

"MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO"- VII






PERGUNTA: - Qual seria o sentido mais evidente ou particularizado, quando Jesus assim responde a Pilatos: "Meu reino não é deste mundo"? Ele ainda teria insinuado algo além do conceito do reino na energia livre do espírito, em contraste com o mundo comum da matéria, ou da energia compactada?


RAMATÍS: - Narra o Evangelho de João que, tendo Pilatos entrado no palácio e feito vir Jesus à sua presença, então perguntou-lhe: "És o rei dos judeus"? - Respondeu-lhe Jesus: "Meu reino não é deste mundo.

Se meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera combatido para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas o meu reino não é daqui". 

Disse-lhe Pilatos, então: "És, pois, rei?" Jesus lhe respondeu: "Tu o dizes; sou rei; não nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade. Aquele que pertence à verdade escuta a minha voz". 22 - João, 18:33,36 e 37.

É evidente que nesse curso de palavras Jesus distingue, um "reino" ou vivência superior, disciplinada e dirigida, convenientemente, tal qual uma nação terrícola é amparada por certo governante.

Em oposição, ele figura o "mundo" habitado por todos os homens e concitados por paixões, interesses, competições e vícios, uma vivência indisciplinada sob o egoísmo individual.

Mas num reino vivem os que pelo progresso espiritual foram "escolhidos" sob uma proteção; e para todos basta que a espontaneidade de alma tão sublimada de cada um seja a garantia da ventura geral.

Mas o mundo subentendesse um local de satisfações, gozos, paixões imediatas e indisciplinadas, as quais se manifestam conforme a índole e a graduação de cada homem.

Respondendo a Pilatos, que era rei, Jesus servia-se do sentido figurativo do próprio vocábulo para enunciar sua hierarquia de espírito liberto das contingências humanas, embora decidido a cumprir até o final a sua missão sacrificial para a libertação dos homens.

Só o rei governa-se a si mesmo, porque ele é um soberano, com o direito ao poder supremo e absoluto' dado pelas leis.

Jesus, portanto, como espírito emancipado e anjo de alto galardão, credenciado para o livre trânsito no Universo, podia ser perfeitamente comparado ao rei com poder absoluto, porque ele governava como um soberano a sua própria individualização espiritual.

Aliás, ainda adverte: "Sou rei; não nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da Verdade", ajuizando que só o espírito é que não nasce, não cresce, nem morre, porque, sendo eterno, preexiste e sobrevive à transitória organização carnal.

Jesus acentuava ser um rei espiritual, indestrutível e emancipado, não um "rei homem", ainda limitado pelo nascimento e depois destruído pela morte física. 

Ele se afirmou um soberano do reino de Deus, um "emancipado", completamente livre do "Maya", ou da ilusão do mundo material.

Era, então, o próprio "Caminho, Verdade e Vida" e podia afirmar: "Aquele que pertence à Verdade, escuta a minha voz", demonstrando a sua identificação como um soberano ,de si mesmo, um monarca do reino espiritual vibrando em igual freqüência sublime.

Além de expressar a diferença entre o "reino espiritual" ou da "energia livre", em confronto com o "mundo material" da energia escravizada nos contornos e limites das formas, Jesus identifica-nos a vida real e autêntica do Espírito Imortal.

Ele distingue o rei como a própria identidade soberana do espírito liberto, não um vassalo de paixões menos nobres, mas o programador do seu próprio destino e autor de sua própria felicidade.

É a entidade que se descobriu a si mesma, livre do tempo e do espaço, vencedora dos desejos e paixões, do tédio e das insatisfações. Jesus, então, conforta o homem e semeia esperança na humanidade, ao informar sobre a vida futura, numa vivência de completo domínio espiritual.

O espírito feliz autogoverna-se, sem qualquer preocupação da humanidade sideral, porque a sua contextura íntima já se ajusta à freqüência da realidade, acima de qualquer ato ilusório, egoísta ou evidência espiritual.

O Espírito sublimado pode fazer o que quiser e o que lhe convier, após a sua libertação e emancipação dos ciclos reencarnatórios.

Ele já descobriu a Verdade e identificou-a em si mesmo e, por esse motivo, jamais cometerá erro ou quaisquer equívocos em prejuízo de outrem. Essa Verdade é arte de si mesmo, isto é, um fragmento do próprio Deus no homem.


Do livro: “O Evangelho À Luz do Cosmo” 
Ramatís /Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.

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