A voz do silêncio
Fala comigo.
Da meiga voz do silêncio
Ouço o conselho estremado e amigo:
Na paz do teu sono encantado
Registra na lousa os versos
Que a muito te tenho inspirado!
Demonstra aos teus a verdade celeste
A face do mestre, amigo exemplar,
Que somente iniciados na arte de amar
Já viram e puderam no amor contemplar!
E na sombra da noite,
Na parede do quarto escuro,
Obscuro, sem luz,
Vejo em frações de minuto
Ou de segundo talvez
A imagem do Cristo Jesus.
Semblante sobreposto
A outros semblantes,
Em rápido instante,
De formas variadas
Contemplam o seu rosto!
No filme mental
Observo os realces
Das faces que vejo...
Emoções não do Cristo
Mas do homem Jesus,
- sofrendo, um rico imperador romano;
- sorrindo, humilde plebeu pregado na Cruz!
E Jesus,
Diz-me o silêncio com zelo,
Na terra mudava a aparência
Na forma da consciência
De que cada qual podia vê-lo
E aos homens voltava a aparecer
Na imagem, no colóquio,
Como se não fosse ele próprio,
Mas na forma que cada ser
Fazia por merecer.
Por isso,
As faces do Cristo
São muitas e variadas
E mesmo nos dias atuais
Não são retratadas
De formas iguais!
De cada povo,
Livre ou insurreto,
Do velho ou do novo,
Do crente ou sem fé
A Face do Cristo
Retrata o aspecto
Que próprio lhes é!
Mas tal e qual o Sol
Nas gotas de orvalho
A Face do Mestre se reflete
Há mais de dois mil anos
Em todos os rostos
Dos seres humanos!
“O semblante do Cristo é diferente entre os romanos, os helenos, os hindus, os etíopes, porque cada um desses povos afirma que o Mestre lhe apareceu sob o aspecto que lhe é próprio” Fócio.
(IGdeOL)
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