pombo

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sábado, 13 de fevereiro de 2010

ANDANDO SOBRE AS ÁGUAS





Quando escritos sagrados são lidos, todo detalhe é de grande importância, é nas pequenas coisas ditas que as grandes revelações acontecem. 

No Novo Testamento cristão se descreve a passagem quando o Cristo andou sobre as águas. Não é dito que ele pairou sobre as águas, mas que andou sobre elas. 

Se Cristo andou sobre as águas nós humanos também podemos fazer o mesmo, mas temos de andar e não ficar parados. 

Na prática este ensinamento simbólico significa que se ficarmos quietos esperando por um milagre acabaremos afundando nos problemas que tentamos superar. 

Porém, se aplicarmos dinamismo a nossas vidas e nos envolvermos continuamente em nossas tarefas e nos esforçarmos para fazer algo novo acontecer, então o milagre de andar sobre as águas será revelado através de nossas presenças também.


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Água – Corpo Emocional




Aprendi com o pensamento nativo que assim como não devemos bloquear as águas de um rio, não devemos bloquear nossas emoções, mas sim fazer com que elas fluam harmoniosamente como às margens de um rio. 

Pensando nisso, o que acontece, com águas paradas? O que acontece quando bloqueamos nossas emoções? 

O Elemento água está diretamente ligado às emoções, assim como a Lua.

Como aprendemos a lidar com as emoções (...) ?

Quando não estamos bem, por qualquer motivo, sentimos uma sombra escura, e somos arrastados à medos, depressões e desesperanças. 

Busca-se a felicidade, mas, para alguns, ela é sempre temporária, não dura.

As crises pessoais ocorrem quando percebemos a inutilidade de um velho padrão, mas continuamos insistentemente apegados a ele, porque nos é mais seguro e familiar.

Para isso precisamos de algo verdadeiro, simples e eficiente, para poder atravessar as águas das emoções que acompanham as transformações, e o crescimento que advém das crises pessoais.

Precisamos estar conscientes que na medida da expansão da consciência, velhas estruturas tendem a cair. 

O modo antigo vai se dissolvendo, tomamos medidas para entorpecer nosso sofrimento, criamos ilusões.

A raiva é a lembranças da dor passada e revisitada. O medo é a dor da lembranças projetada no futuro. 

Vivemos num mundo com um fluxo invisível de águas de sentimentos. E, as vezes somos inundados pelas ondas das experiências vividas no passado, e quem sabe em outras vidas.

A irritação produz uma substância que se espalha vagarosamente pelo nosso sistema nervoso, interrompe canais elétricos, contamina a aura. 

[ O Mestre El Morya chamou a esta substância de Imperil, um veneno que bloqueia a comunicação com o Divino.]

Não há como evitar os sentimentos, somos seres humanos. Há como passar por eles e aprender com suas lições. 

Negar ou evitar os sentimentos, os intensificam, eles crescem e se tornam maiores na nossa vivência. 

Aceitar, é reafirmar que estamos prontos para acompanhar e transpor o sentimento de imediato, de maneira que podemos aprender, e crescer na jornada.

Nos povos primitivos e nas sociedades contemporâneas, o medo, embora negado, sempre esteve presente na alma humana.

O medo é um sentimento que exerce grande controle e limita nossa atitude, nossa criatividade. 

No corpo, o medo afeta principalmente as seguintes áreas: 

Nuca – neutralizando emoções e impedindo que as informações cheguem com clareza ao cérebro, processador das mensagens conscientes e aquivo do inconsciente. Ficam retidos no pescoço e nos ombros.

Plexo Solar – se a natureza emocional está em níveis baixos, uma energia se acumula no plexo solar diminuindo a vitalidade e a imunidade do corpo.

Através de um chamado interior o ser vive um confronto existencial que o força a sair de uma zona de conforto, do falso brilho, da alienação. 

Reforçando a coragem e a determinação, (...) ... ir em busca da excelência espiritual, é enxergar a realidade existente por trás dos conceitos, é se harmonizar com as marés naturais da vida. É trilhar o Caminho Sagrado, atravessando os portais da mente, das emoções, do corpo e do espírito.

Só você pode transformar a sua vida. O poder de decisão é o poder pessoal que poderá fazer isto. (...).

Kenneth Meadows, em Medicine Way, descreve o Corpo Emocional como um veículo que nos habilita para experimentar emoções e desejos, amor, prazer e sentimentos de elevação, assim como as sensações de desconforto e culpa.

O corpo emocional é um veículo mais móvel do que o físico ou energias corporais, e é também capaz de sentir vibrações que o físico ou energia corporal é inábil para perceber. 

O corpo emocional é capaz de converter pensamentos em sentimentos e vice-e-versa. Ele trabalha com glândulas e sistema nervoso, através da química e o funcionamento elétrico.

Devido à sua fluidez, as emoções humanas estão relacionadas com a água. 

Definindo as emoções como movimento da mente, a energia da mente pega ou dá impressões através de sentimentos, ou melhor a emoção é uma energia da mente que pode ser sentida. 

E é essa energia mental que toca o Espírito – o coração – e nós somos conscientemente despertos através dos sentimentos.

A emoção é portanto um poderoso veículo de força e poder, e é também uma ânsia por expressão. 

Como a água, ela pode ser agitada e tornar-se sombria e fora de controle. Nessa condição ela pode debilitar, ser destrutiva e confusa. 

Como a água, ela pode estourar na tempestade, afetando tudo no seu caminho, sem que possa ser controlada. Ou nós controlamos nossas emoções e as dirigimos, ou ela nos controla.

Emoções estão relacionadas ao passado – que é outro componente da Direção Norte (Sul no Hem. Norte) da Roda Medicinal – e nos fixa com o pessoal, objetos ou situações. Têm afinidade com a cor vermelha – a cor da energia da força expressa no plano físico. 

Para prevenir-nos de sermos arremessados pelo oceano das emoções, precisamos nos libertar das fixações do passado que nos limita e inibe, que causa dor emocional no presente e que rouba nossos sonhos de futuro.

Cada degrau de aprendizado é uma jornada até territórios desconhecidos e algumas vezes o medo do desconhecido simplesmente é a causa do desconhecimento. 

O medo é o inimigo da Direção Norte (Sul no Hem. Norte).

Existem dois tipos de medo, o medo real e o medo ilusório. O medo real é devido a pessoa perceber que alguma coisa é possível de acontecer, com base na sua realidade, em fatos reais. 

Ao atravessar a rua, você olha para os lados. Não fica em locais sinistros e conhecidos como perigosos, etc. Esse medo nos preserva.

O medo ilusório é o medo de algo que possa vir a acontecer no futuro. por exemplo medo do dinheiro acabar e no presente está bem financeiramente, de um ataque do coração quando você goza de boa saúde. 

O medo do que poderá acontecer se o seu parceiro te abandonar, mesmo sendo boa a relação atualmente. O medo de falhar num exame, mesmo estando preparado para ele, etc.

O maior medo da humanidade é o ilusório. É esse o medo que devemos nos livrar. Como? 

Não é fugindo dele, mas encarando-o com claridade da mente. Aplicando claridade na mente e tendo conhecimento de como lidar com a situação que chega para você do tamanho que ela é.


Victor Sanches em Ensinamentos de Don Carlos (Castañeda)


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