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quarta-feira, 14 de julho de 2010

JUSTIÇA À LUZ DOS ENSINOS DE JESUS






Justiça! Quantos crimes se praticam no mundo em seu nome! Quantos homens e mulheres, que, procurando fazer justiça sobre si mesmos, nada mais fazem que incentivar a tirania do “eu”? 

Em todos os desastres que nos ocorram, devemos examinar serenamente a percentagem de nossa co-participação, porquanto, apenas em situações raríssimas, poderíamos exibir, de fato, o título de vítimas. Na maioria dos acontecimentos, porém, temos a nossa parte de culpa.

Se não podemos evitar que a ave de rapina cruze os ares sobre a nossa fronte, podemos, pelo menos, impedir que faça ninho em nossa cabeça.

Que espécie de justiça reclamou Jesus, nosso divino modelo, quando vergava sobre a cruz? 

O Mestre, que mantinha-se vigilante em todos os atos alusivos à justiça para os outros – defendendo os interesses espirituais da coletividade -, quando surgiu a ocasião do seu julgamento, guardou silêncio e conformação até a suprema renunciação, ensinando-nos que, em se tratando de interesses alheios, devemos ser rápidos na justificação legitima; entretanto, quando os assuntos difíceis e dolorosos nos envolvem o “eu”, convém moderar todos os impulsos de reivindicação.

Não desejou o Mestre, com semelhante atitude, desconsiderar o serviço sagrado dos juízes retos, no mundo carnal, mas preferiu adotá-la, estabelecendo o padrão de prudência para todos os discípulos de seu Evangelho.

Os encarnados na Terra, por enquanto, não podem ver senão o ato presente do drama multissecular de cada um. 

Não devemos, desse modo, formular julgamento prematuro em nenhum caso, porquanto, com a visão circunscrita apenas às lembranças e experiências da vida presente, nos é quase impossível identificar a verdadeira vítima.

Nem sempre a nossa visão incompleta nos deixa perceber a altura da dívida que nos é própria. E, na dúvida, é licita a abstenção. Ora, acaso Jesus teria algum débito para merecer a sentença condenatória?

Ele conhecia o crime que se praticava, possuía sólidas razões para reclamar o socorro das leis; no entanto, preferiu silenciar e passar, esperando-nos no campo da compreensão legítima. 

Acima do “olho por olho” das antigas disposições da lei, ensinou-nos o “amai-vos uns aos outros”, praticando-o invariavelmente. Confirmou a legalidade da justiça, mas proclamou a divindade do amor.

O Divino Mestre demonstrou que será sempre heroísmo o ato de defender os que merecem, mas se absteve de fazer justiça a si mesmo, para que os aprendizes da sua doutrina estimassem a prudência humana e a fidelidade divina, nos problemas graves da personalidade, fugindo aos desvarios que as paixões do “eu” podem desencadear nos caminhos do mundo.


(Chico Xavier – Missionários da Luz 
 pelo Espírito André Luiz, cap. XVIII)


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